Hoje comemora-se o "Dia mundial da poesia ". Essa data foi instituída em Paris, em 1999, na 30ª Conferência Geral da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Essa data visa não apenas dar reconhecimento a quem pratica essa arte milenar , mas promover a diversidade das línguas e o intercâmbio de culturas.
Existem vários gêneros poéticos como lírico, o épico, o satírico, entre outros.
No lírico temos o foco nos sentimentos e nas emoções e é o meu favorito.
Eu sou suspeita para falar quando o assunto é poesia. Tenho uma relação pessoal com esse gênero. Os textos poéticos me introduziram no mundo da leitura ainda na adolescência quando aos 13 anos de idade me encantei por Camões em uma edição de bolso da biblioteca de meu pai.
"Alma minha gentil que te partiste " foi a primeira poesia que me fez chorar e guardo no coração e na memória até hoje.
Depois disso, a poesia esteve presente em vários momentos da minha vida. Nos livros que eu lia, como por exemplo no livro "A marca de uma lágrima" do escritor Pedro Bandeira que tem uma poesia linda que até hoje sei de cor, nos filmes que assistia a exemplo de Sociedade dos Poetas Mortos que marcou toda a minha adolescência, nas músicas que ouvia como as cantadas por Fagner que só depois de adulta descobri que as que mais tocavam meu coração eram poemas de Florbela Espanca, poetisa portuguesa que veio a se tornar a minha favorita.
Acredito que cada um de nós, mesmo quem não tenha tido muito contado com essa expressão artística, já teve em alguma fase da vida uma Cecília Meireles, um Fernando Pessoa, um Carlos Drummond de Andrade para chamar de seu (sua).
Isso sem contar os poetas populares , os cordelistas, os repentistas, que são um importante patrimônio cultural não apenas do Nordeste, mas do Brasil.
A verdade é que a poesia sempre foi combustível para alimentar minha sensibilidade e me reconhecer humana. A poesia traduziu sentimentos quando as palavras me faltaram e me emprestou olhos para ver além de aparência comum das coisas.
A poesia me faz sentir que estou viva por que quem vive sente. Só sente quem vive.
Na minha experiência de leitura, nunca encontrei alguém que definisse melhor o que o poeta representa como Hilda Hilst em um poema que li em seu livro Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão de 1974:
"Porque o poeta é irmão do escondido das gentes Descobre além da aparência, é antes de tudo LIVRE, e por isso conhece. Quando o poeta fala Fala do seu quarto, não fala do palanque, Não está no comício, não deseja riqueza Não barganha, sabe que o ouro é sangue Tem os olhos no espírito do homem No possível infinito. Sabe de cada um A própria fome. E porque é assim, eu te peço: Escuta-me. Olha-me. Enquanto vive um poeta O homem está vivo.
Viva a poesia!
Ah a poesia... estou lendo esse livro "Os cem melhores poemas brasileiros do século"
Vou lendo aos poucos, relendo as vezes... tem sido muito bom.